Pr. Gilson Oliveira

"... para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus." (Ef 3.19)

Blog consagrado à divulgação de breves reflexões do pastor presidente da AD - Ministério da Plenitude.
A sua visita é bem vinda e o seu comentário, ao final da cada texto, será considerado com prazer.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Recomendações Paulinas ante o caso D. Robinson Cavalcanti

“Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram”, recomendou Paulo, aos
Efésios (12.5). E, mais adiante, no contexto: “Não torneis a ninguém mal por mal” (12.17a).

Palavras ungidas da sabedoria divina, emanadas da mente incomparável de Deus e divulgadas pela inspiração do seu Santo Espírito.

A primeira recomendação paulina, entendo ser de fácil aplicação, já que associar-se à alegria é atrativo à alma e a solidariedade é parte intrínseca do espírito humano.

Quanto à segunda, parece-me haver um pouco de resistência à sua prática, notadamente em situações nas quais determinadas atitudes revelam um ser humano mais hediondo que a mais brutal das criaturas de Deus. Esse é o caso, julgo eu, que envolveu a família de Edward ROBINSON de Barros CAVALCANTI.

Não conheci, tanto assim, a pessoa do ilustre professor, conferencista, teólogo e bispo anglicano, ao ponto de sentir-me qualificado para julgar a magnitude de sua vida e trajetórias: nos ambientes da família, da academia, da igreja e da sociedade, em geral.

No primeiro encontro que tive com o bispo Robinson Cavalcanti, recebi-o como convidado para um fórum de debates, na Rádio Nordeste Evangélica, em Natal. Impressionou-me sua pujança intelectual, conhecida em boa parte do mundo.

Num segundo momento, pude vê-lo celebrar o casamento de meus filhos, Gustavo Gilson e Anna Luiza; ambos, presentemente, professores doutores da UFPE. Daquela ocasião, ressalto a sensibilidade humana que D. Robinson demonstrou ao longo do rito matrimonial.

Poucos anos após, participei da sagração do Rev. Gustavo Gilson, na Capela do Campus da UFRN, evento no qual o ministrante cedeu-me o seu púlpito para um improvisado depoimento acerca da palavra profética na vida do presbítero consagrado.

Por fim, num derradeiro encontro, fui convidado e recebido – mesmo sendo ministro assembleiano – para compartilhar a Palavra num encontro de clérigos e leigos da IEAB-Recife. A generosidade do convite pareceu-me que não se repetiria, ante a veemência do discurso pentecostal que o Senhor concedeu-me, naquela reunião.

Razoáveis divergências de visão doutrinária, de compreensão da missão da igreja ou, mesmo, de ideologias políticas; nada, em absoluto, reduz ou acrescenta valor ao meu julgamento do quadro de indescritível estupidez e desamor que cortou a linha da vida terrena e encerrou a carreira de D. Robinson e de sua esposa, a Profª Mírian Cavalcanti, inaceitáveis entre seres minimamente bafejados pelo sopro de Deus!

Que o Senhor os acolha em sua infinita misericórdia e recompense as frutuosas obras de suas mãos.

Irmãs amadas e irmãos amados, encerro com uma outra propositura paulina, extraída da Palavra e de minha mente e alma cristãs:

“que o autor de tal infâmia ... seja entregue a Satanás para destruição da carne,
a fim de que o espírito seja salvo no dia do Senhor Jesus”
(1Co 5.3,5).

sábado, 25 de fevereiro de 2012

A Vontade Divina no caso Pr. Youcef Nadarkhani

Como admirador do movimento pró direitos humanos, estou ORGULHOSO com a justíssima e oportuna campanha popular em favor da vida do Pr. Youcef Nadarkhani, 34, condenado à morte por haver sido convertido ao Evangelho de Jesus Cristo e recusar-se a retornar ao Islamismo, no Irã.

Como esposo e pai de família, defensor intransigente dessa maravilhosa instituição divina, estou verdadeiramente SENSIBILIZADO com essa campanha e SOLIDARIZADO com a agonia da esposa e dois filhinhos do Pr. Youcef.

Como líder de igreja evangélica, continuo INDIGNADO com as perseguições que Estados totalitários – muçulmanos e de outras religiões igualmente radicais e radicalizadoras, como o Irã e outros – realizam contra pastores, missionários e pregadores do Evangelho.

Como brasileiro, sinto-me cada vez mais DECEPCIONADO com a passividade e silenciosa concordância, invariavelmente adotadas pelo Estado e governo de nossa Nação, em questões que confrontam a ideologia dos políticos e governantes no poder.

Mas, como cristão amante das Sagradas Escrituras e convicto reconhecedor da sua autoridade divina; e como ensinador dos princípios fundamentais do cristianismo, minimamente, estou SURPRESO com o fato de que em nenhum dos incontáveis pedidos de oração enviados por pastores e piedosos cristãos ao meu endereço eletrônico jamais encontrei alusão ao “SEJA FEITA A TUA VONTADE”, expressão indicativa de submissão ao Deus Supremo ao qual servimos - nós e o pastor vitimado.

Oremos para que a Vontade Divina seja concretizada na libertação do Pr. Youcef Nadarkhani e que sua vida seja gasta – ainda, por muitos anos – na proclamação do Evangelho da Salvação de Jesus Cristo!

Irmãs amadas e irmãos amados, que SEJA ESTA a vontade do Altíssimo. E, que NÃO SEJA do seu querer Supremo que o sangue Nadarkhani irrigue a terra do Irã, a exemplo de tantas sementes que punjantemente fizeram germinar o cristianismo em terras tão diversas, em tantas outras ocasiões!

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Confessando a Jesus diante dos homens

Era bastante comum, especialmente, nas igrejas cristãs pentecostais fazerem-se um ou mais “apelos” às pessoas presentes aos cultos, para que confessassem publicamente Jesus Cristo como Salvador pessoal.

Essa prática foi sendo abandonada pela maioria dos pastores e igrejas, ao passar dos anos. Supostamente, em razão de respeitos humanos ou temor de provocar constrangimentos individuais e coletivos. Enfim, aquilo que vem sendo chamado de ‘politicamente correto’ na sociedade contemporânea.

Entretanto, esse ato confessional tem base doutrinária bastante sólida. Confessar (gr. homologeo) a Cristo significa reconhecer o Seu Senhorio. E isso, deve ser feito publicamente, i.e., perante outras pessoas.

Foi o próprio Jesus Cristo que ensinou, conforme registro dos Evangelhos:
“... qualquer que me confessar diante dos homens, eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus” (Mt 10.32).
“E digo-vos que todo aquele que me confessar diante dos homens, também o Filho do Homem o confessará diante dos anjos de Deus” (Lc 12.8).
Paulo e João, duas colunas da base doutrinária cristã, confirmaram essa verdade espiritual e estimularam sua prática:
“... Se, com a tua boca, confessares ao Senhor Jesus e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo.” (Rm 10.9).
“Qualquer que confessar que Jesus é o Filho de Deus, Deus está nele e ele em Deus.” (1Jo 4.15)
Atitudes como essa foram vistas em pessoas que conheceram, conviveram e foram testemunhas pessoas do Senhor Jesus Cristo:
“No dia seguinte, João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.” (João Batista, cf. Jo 1.29).
“Ele disse: Creio, Senhor. E o adorou” (O Cego, diante de judeus e fariseus, cf. Jo 9.38).
“Muitos dos que tinham crido vinham, confessando e publicando os seus feitos” (Novos convertidos, em Éfeso, cf. At 19.18).
“Mas confesso-te que, conforme aquele Caminho, a que chamam seita, assim sirvo ao Deus de nossos pais, crendo tudo quanto está escrito na Lei e nos Profetas.” (Paulo, perante o governador Felix, cf. At 24.14).
A omissão da confissão de Jesus diante dos homens equivale à comissão de Sua negação; e “qualquer que nega o Filho também não tem o Pai” (1Jo 2.23). Atitudes semelhantes, podem representar a perda de oportunidades de afirmá-Lo perante a sociedade.

Pedro e Pilatos, são dois exemplos de pessoas que tiveram ocasião de tornar público um compromisso pessoal com Jesus Cristo e não tiveram a coerência e a ousadia de faze-lo:
“Então, começou ele a praguejar e a jurar, dizendo: Não conheço esse homem. E imediatamente o galo cantou.” (Pedro, o discípulo, negando o Senhor, por três vezes, cf. Mt 26.74).
“Então, Pilatos, vendo que nada aproveitava, antes o tumulto crescia, tomando água, lavou as mãos diante da multidão, dizendo: Estou inocente do sangue deste justo...” (O representante do poder de Roma, abandonando o Senhor à sanha de Seus acusadores, cf. Mt 27.24).
O primeiro, converteu-se de suas atitudes negativas anteriores, buscou e encontrou uma nova oportunidade para confessar ao Senhor:
“Saiba, pois, com certeza, toda a casa de Israel que a esse Jesus, a quem vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo” (Pedro, o Apóstolo, perante os habitantes de Jerusalém, após o Pentecostes, cf. At 2.36).
Quanto ao segundo, a história não atesta o mesmo!

Irmãs amadas e irmãos amados, não apenas confessem ao Senhor Jesus Cristo em suas vidas: sejam, também, instrumentos para que outros façam o mesmo. Perto está o Senhor!

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

A podagem de Deus

No meu local de trabalho há um bosque apreciado por todos, por sua beleza natural e suas múltiplas utilidades. A sombra das bem cuidadas árvores motivam as pessoas a um conversa informal, respirando um ar ricamente oxigenado, tendo como teto sua copagem verde e florida onde pardais apresentam afinadas sinfonias vespertinas. Até os menos sensíveis apreciam esse arvoredo, ao menos, por oferecer sombra fresca e gratuita a seus preciosos automóveis.

Recentemente, uma podagem aparentemente descabida gerou revolta em não poucos usuários e admiradores do bosque. Confesso, eu próprio senti um misto de perplexidade e tristeza diante de tantos galhos e folhagens decepados pela sanha de serras e facões.

Procurei o responsável – curiosamente, um defensor da natureza – que brandamente disse-me: “Todas as árvores carecem de podas, por uma ou outra razão. Algumas, a poda de manutenção, para eliminar focos de fungos e parasitas daninhos; outras, a poda de segurança, para evitar acidentes com terceiros; até mesmo a poda de conformação é necessária, para manter a beleza dos arbustos. Isto, sem considerar as fruteiras que devem ser podadas para dar bons frutos"!

Como pastor, não pude deixar de meditar no tema, sob uma perspectiva espiritual. Algumas vezes – de modo inesperado e incompreensível, para alguns – a poda de Deus ocorre na igreja. Pessoas aparentemente integradas ao verdadeiro cristianismo (numa metáfora bíblica, 'oliveiras bravias enxertadas na boa oliveira', cf. Rm 11.24) são “podadas” por razões nem sempre reveladas.

O próprio Senhor Jesus Cristo advertiu: “Toda árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo” (Mateus 7.19); e, “Toda planta que meu Pai celestial não plantou será arrancada” (Mateus 15.13).

Ele próprio, o Senhor, colocou-se como um arbusto nas mãos de Deus:

“Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que, estando em mim, não der fruto, ele o corta; e todo o que dá fruto limpa, para que produza mais fruto ainda." (Jo 15.1,2).

E sabemos, por Sua Palavra, que “o fruto do Espírito é: caridade, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança” (Gl 5.22). E que toda podagem – mesmo quando feita por Deus – em princípio não gera alegria, mas tristeza; embora, sempre produza o bem para o qual foi determinada (cf. Hb 12.11).

Realmente, para que a igreja permaneça saudável, faz-se necessário poda de manutenção, para eliminar 'organismos daninhos'; de segurança, para retirar algum ramo potencialmente causador de acidentes; ou, de conformação, para manter a beleza original da igreja. Mas, tudo pela ação exclusiva da Palavra!

Ademais, está escrito que “não há boa árvore que dê mau fruto, nem má árvore que dê bom fruto” (cf. Mc 6.43).

Irmãs amadas e irmãos amados, mesmo na condição de ‘zambujeiro enxertado na videira’, somos autêntica “plantação de Deus”. Permitamos que o Espírito Santo promova a limpeza necessária em nosso ser, adequando-o ao viver perfeito diante do Senhor; assim, estaremos isentos de ser ‘cortados e lançados no fogo’, como ‘ramos’ sem valor.

domingo, 13 de dezembro de 2009

A essência do Natal

"Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o principado está sobre os seus ombros; e o seu nome será Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz." (Is 9.6).

Das predições acerca de Jesus Cristo, esta é uma das que mais falam ao intelecto e enlevam a alma do crente. Nela, o profeta anuncia as características de um menino, maravilha da sabedoria divina, que revelaria os mistérios ocultos do Criador, em especial o plano perfeito da redenção do Homem; traria em si a plenitude da deidade em forma corporal; resgataria o dom da vida eterna na imanência do Pai que ama e que supre todas as reais necessidades dos filhos; e inauguraria um reinado de paz, através da quebra da maldição do pecado e da morte.

Ante tão extraordinária revelação profética, cumprida há quase dois mil anos, resta ao homem do séc. XXI, apenas:

  1. Crer nesse glorioso Advento.
  2. Publicar seu ingresso no Reino.
  3. Apropriar-se dos direitos concedidos pela divina Graça.
  4. E, finalmente, viver a plenitude de Jesus Cristo, na certeza de que "toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança, nem sombra de variação" (Tg 1.17).
"E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a
glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade"
(Jo 1.14).
Irmãs amadas e irmãos amados, essa é a essência do Natal de Jesus!

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Confessando a Jesus diante dos homens

Uma prática bastante comum, notadamente nas igrejas cristãs pentecostais, era fazer-se "apelos" às pessoas presentes aos cultos para que elas confessassem, publicamente, a Jesus Cristo como Salvador pessoal.

Essa postura, com o passar dos anos, foi sendo abandonada pela maioria dos pastores e igrejas, supostamente, em razão de respeitos humanos ou medo de provocar constrangimentos individuais e coletivos – enfim, aquilo que vem sendo grafado como ‘politicamente correto’ na sociedade contemporânea.

Porém, esse ato confessional tem base doutrinária bastante sólida. Confessar (gr. homologeo) a Cristo significa reconhecer o Seu Senhorio; e isso deve ser feito publicamente, ante outras pessoas, até mesmo aqueles que se opõem ao Seu padrão de existência.

Foi o próprio Jesus Cristo quem ensinou essa prática, conforme registro dos Evangelhos:

“Portanto, qualquer que me confessar diante dos homens, eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus” (Mt 10.32).

“E digo-vos que todo aquele que me confessar diante dos homens, também o Filho do Homem o confessará diante dos anjos de Deus” (Lc 12.8).

Paulo e João, duas colunas na base doutrinária da igreja cristã, também enfatizaram essa verdade espiritual:

“... Se, com a tua boca, confessares ao Senhor Jesus e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo.” (Rm 10.9)

“Qualquer que confessar que Jesus é o Filho de Deus, Deus está nele e ele em Deus.” (1Jo 4.15)

Atitudes como essa foram vistas em pessoas que conheceram, conviveram e foram testemunhas pessoas do Senhor:

“No dia seguinte, João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.” (João Batista, cf. Jo 1.29).

“Ele disse: Creio, Senhor. E o adorou.” (O Cego, ante os judeus e fariseus, cf. Jo 9.38).

“Muitos dos que tinham crido vinham, confessando e publicando os seus feitos” (Novos convertidos, em Éfeso, cf. At 19.18).

“Mas confesso-te que, conforme aquele Caminho, a que chamam seita, assim sirvo ao Deus de nossos pais, crendo tudo quanto está escrito na Lei e nos Profetas.” (Paulo, perante o governador Felix, cf. At 24.14).

Não confessar ao Senhor Jesus diante dos homens é o mesmo que nega-Lo; e “qualquer que nega o Filho também não tem o Pai” (1Jo 2.23a). Após essa atitude negativa pode ou não haver uma nova chance da pessoa afirma-lo perante a sociedade.

Pedro e Pilatos, são dois exemplos de pessoas que tiveram a oportunidade de tornar público um compromisso pessoal com Jesus Cristo e o não tiveram a ousadia de faze-lo:

“Então, começou ele a praguejar e a jurar, dizendo: Não conheço esse homem. E imediatamente o galo cantou.” (Pedro, o discípulo, negando o Senhor, por três vezes, cf. Mt 26.74).

“Então, Pilatos, vendo que nada aproveitava, antes o tumulto crescia, tomando água, lavou as mãos diante da multidão, dizendo: Estou inocente do sangue deste justo...” (Pilatos, representante do poder de Roma, abandonando o Senhor à sanha dos Seus acusadores, cf. Mt 27.24).

O primeiro desses – após experimentar sincero arrependimento –, converteu-se de suas atitudes negativas, buscou e encontrou uma nova oportunidade para confessar o Senhor:

“Saiba, pois, com certeza, toda a casa de Israel que a esse Jesus, a quem vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo.” (Pedro, o Apóstolo, perante os habitantes de Jerusalém, após o Pentecostes, cf. At 2.36).
Pedro tornou-se figura emblemática do cristianismo. Quanto ao segundo, Pilatos, a história não pode atestar o mesmo!

Irmãs amadas e irmãos amados, não apenas confessem o Senhor Jesus Cristo em suas vidas: sejam, também, instrumentos para que outros façam o mesmo. Perto está o Senhor!

terça-feira, 1 de setembro de 2009

O relacionamento com Deus através do serviço cristão

Na antiguidade, Deus apresentou as diretrizes do relacionamento que deseja manter com o seu povo, nos termos expressos em Deuteronômio 10.12:

“Agora, pois, ó Israel, que é que o Senhor requer de ti? Não é que temas o Senhor, teu Deus, e andes em todos os seus caminhos, e o ames, e sirvas ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração e de toda a tua alma”. (Dt 10.12)
As mesmas condições postas a Israel foram repostas aos cristãos, com uma ênfase especial na fé e no amor. Quando um cristão vai à Igreja, lê a Bíblia, ora a Deus ou recebe a Ceia do Senhor sem uma devoção sincera, ele faz-se legalista. No cristianismo, a relação perfeita com o Divino decorre da comunhão com Jesus Cristo e sua Igreja; e isto, mediante uma fé sincera nEle e um amor incondicional por Ele, resultando numa religiosidade prática que realça o verdadeiro valor e o real sentido do servir.

“Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.” (Mc 10.45)

Servir ao Senhor é à Igreja é o mais elevado privilégio do cristão, neste mundo! Ao proceder assim, o cristão assemelha-se a Cristo!

Nesse sentido, alguns princípios básicos devem ser observados.

Primeiro, servir ao Senhor exige prontidão!

O cristão deve estar sempre atento e pronto para servir ao Senhor. Como é gratificante quando uma pessoa lembrada e solicitada para um cargo ou função na Obra apresenta-se para servir. Essa pessoa, certamente, crescerá espiritualmente, amadurecerá emocionalmente e prosperará ministerialmente.

O profeta Elias precisava de alguém para o ajudar, achou Eliseu lavrando, chamou-o e ele o seguiu (1Rs 19.19-21).

Jesus necessitou de homens para serem iniciados no apostolado, encontrou Pedro e André, Tiago e João, todos trabalhando; chamou-os e eles o seguiram (Mt 4.18-22).

Paulo e Silas receberam um chamado para a Macedônia, não alegaram dificuldades ou cogitaram impedimentos; procuraram partir de imediato, entendendo que Deus os convocava para anunciarem o Evangelho naquela cidade (At 16.10).

Um incerto discípulo pediu que Jesus deixasse ele ir, primeiramente, sepultar seu pai; a resposta de Jesus foi contundente: “Segue-me, e deixa aos mortos o sepultar os seus próprios mortos.” (Mt 8.21-22).

Paulo deixou-nos ensino e exemplo do quão sacrificial é o serviço cristão (1Ts 2.8-9). Ninguém deve negligenciar o serviço cristão por acúmulo de atividades seculares. Deus não chama desocupados!

Segundo, servir ao Senhor é obediência a uma ordem Divina!

Israel estava no deserto, próximo à terra prometida, Canaã, quando recebeu uma ordem seguida de uma promessa: “Servireis ao Senhor, vosso Deus, e ele abençoará o vosso pão e a vossa água; e tirará do vosso meio as enfermidades.” (Ex 23.25).

O profeta Isaias e o apóstolo Paulo viveram em sintonia perfeita com esta palavra:

“Se quiserdes e me ouvirdes, comereis o melhor desta terra. Mas, se recusardes e fordes rebeldes, sereis devorados à espada; porque a boca do Senhor o disse.” (Is 1.19-20).

“Se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois sobre mim pesa essa obrigação; porque ai de mim se não pregar o evangelho!” (1Co 9.16).

O próprio Jesus foi exemplo de serviço e obediência ao Pai:

“Entretanto, os discípulos teimavam com Jesus para que comesse qualquer coisa. Mas ele respondeu-lhes: Eu tenho uma comida que não conhecem. Os discípulos começaram a dizer entre si: Será que alguém lhe trouxe de comer?” (Jo 4.31-33).

Terceiro, servir ao Senhor é ajudar ao próximo!

A vida é difícil para todos; mas, alguns há que tem mais dificuldades que outros. Aliviar as sobrecargas de outras pessoas é uma forma de serviço cristão. Paulo já dizia: “Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo”. (Gl 6.2).

Esse tipo de serviço também é um testemunho de amor a Cristo. Provavelmente, Tiago tenha falado que a fé sem as obras é morta, exortando quanto à responsabilidade do cristão na prestação do serviço visando ao bem comum: “... aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz nisso está pecando.” (Tg 4.17).

Quem ajuda o próximo, enobrece sua própria vida e valoriza a si mesmo. Disse Jesus:

“E quem der a beber, ainda que seja um copo de água fria, a um destes pequeninos, por ser este meu discípulo, em verdade vos digo que de modo algum perderá o seu galardão.” (Mt 10.42).

Quarto, servir ao Senhor produz alegria e prazer!

Davi reconheceu isto, ao dizer: "agrada-me fazer a tua vontade, ó Deus meu; dentro do meu coração, está a tua lei." (Sl 40.8).

O próprio Jesus ensinou isto: "O ceifeiro recebe desde já a recompensa e entesoura o seu fruto para a vida eterna; e, dessarte, se alegram tanto o semeador como o ceifeiro." (Jo 4.36).

Certa vez Jesus enviou setenta discípulos numa ação extremamente inóspita (Lc 10.3-11). É maravilhoso observar a euforia deles, após o cumprimento da missão que lhes foi dada:

"Então, regressaram os setenta, possuídos de alegria, dizendo: Senhor, os próprios demônios se nos submetem pelo teu nome!" (Lc 10.17).

Os cristãos macedônios, superando suas próprias adversidades, “na medida de suas posses e mesmo acima delas”, apresentarem-se voluntariamente e com enorme alegria pedindo o privilégio de levantar recursos para socorrer os crentes pobres da Judeia (2Co 8.1-5).

Irmãs amadas e irmãos amados, nada é mais prazeroso do que servir ao Senhor. Experimentemos essa vertente tão especial de relacionamento com Deus!

sábado, 22 de agosto de 2009

A Teologia da Prosperidade

Ouvi de um dos novos membros da igreja uma pergunta que tem se tornado cada vez mais frequente, no meio evangélico: “Pastor, o que o senhor acha da teologia da prosperidade?”

Antes de responder a uma pergunta feita nesses termos, costumo dizer, em tom de amenidade, que “raramente eu ‘acho’ alguma coisa; e, quando acho, sempre imagino que alguém perdeu...”
Porém, é razoável supor que a pessoa que faz uma pergunta como essa está interessada em saber, não apenas, a opinião de alguém mais abalizado; mas, também e principalmente, sobre a base bíblica de determinados temas correntes na sociedade.

Entendo, ainda, que em determinados assuntos, opiniões precipitadas podem ser desastrosas para a formação do caráter cristão, especialmente quando tratam-se de neófitos na fé; razão pela qual opto por estimular o interessado a estudar as Escrituras, orientando-o na consulta de uma literatura paralela, de fontes confiáveis, que subsidie a sua investigação.

Para responder, objetiva e sinteticamente, acerca dessa doutrina, algumas informações podem ser compiladas.

A “teologia da prosperidade” pode ser definida como um conjunto de princípios que defendem o direito do cristão exigir de Deus a absoluta felicidade, ainda na vida terrena.

Esse ideário teve início há cerca de meio século, nos EUA, com um pastor pentecostal oriundo de igrejas batista e metodista, por nome Essek Kenyon. É evidente a influência das filosofias metafísicas que levaram Kenyon a proclamar o poder do pensamento positivo.

Posteriormente, um outro pastor e discípulo de Kenyon, por nome Kenneth Hagin, igualmente com passagem por igrejas batista, assembleiana e pentecostal; dizendo ter recebido uma revelação divina sobre Mc 11.23,24, proclamou que tudo pode ser obtido de Deus através da confissão em voz alta, sem nunca duvidar, mesmo que as evidências indiquem o contrário (confissão positiva).

Em tese, a teologia da prosperidade se apoia em três princípios básicos: a autoridade espiritual duma “nova unção”, a libertação da maldição da lei pelo absolutismo de Is 53.4,5 e a “confissão positiva”; tendo como fórmula: diga, faça, receba e divulgue a ‘coisa’ desejada.

Entretanto, a teologia da prosperidade contraria princípios doutrinários basilares do Evangelho de Jesus Cristo, indelevelmente marcado por uma opção preferencial pelos desvalidos e excluídos da sociedade dos homens. Em essência, ela confunde a ‘verdadeira prosperidade’ conferida aos homens de Deus com a ‘falsa prosperidade’ pregada pelos ilusionistas da fé.

Aliás, opiniões bem mais contundentes acerca dessa doutrina têm vindo de alguns proeminentes líderes cristãos evangélicos, a exemplo de pregação recente e fartamente divulgada no YouTube, do Pr. Donnie Swaggart, cujo pensamento se segue:

“Estou cansado que o povo de Deus seja enganado. Nós não precisamos de mais cafetões da prosperidade liderando a igreja no espírito da idolatria! Eu digo: nós não precisamos de mais cafetões da prosperidade conduzindo a igreja no caminho da destruição!”

Irmãs amadas e irmãos amados, a Bíblia ensina o suficientemente claro acerca desse assunto e estabelece alguns princípios que regem a verdadeira prosperidade:

“Orai pela paz de Jerusalém! Prosperarão aqueles que te amam.” (Sl 122.6).

“Guardai, pois, as palavras deste concerto e cumpri-as para que prospereis em tudo quanto fizerdes.” (Dt 29.9).

“Não se aparte da tua boca o livro desta Lei; antes, medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme tudo quanto nele está escrito; porque, então, farás prosperar o teu caminho e, então, prudentemente te conduzirás.” (Js 1.8).

“Por que quebrantais o mandado do Senhor? Pois isso não prosperará.” (Nm 14.41).

“Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mc 6.33).

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

As cinco dimensões do amor de Deus

Sempre que li o cap. 3 da Carta aos Efésios, em particular o texto dos versículos 17 a 19, ficou em minha mente racional, afeita à investigação lógica dos fatos e fenômenos, a sensação de estar diante de um pensamento que, mesmo formulado há cerca de 20 séculos, transcende à tridimensionalidade. Esta concepção, aliás, prevaleceu no mundo da ciência até o aparecimento da teoria da relatividade e foi, pacificamente, absorvida pela humanidade - tanto no ensino das salas de aula, como no cotidiano do contato com objetos físicos que estimulam a experiência sensorial do comprimento, largura e altura.

Em princípio, considerando o termo dimensão como sinônimo de medida, tamanho, proporção e grandeza, parece inócua a tentativa de dimensionar algo que tange a infinitude, como o amor de Deus. Isto, porém, fortalece o propósito da presente discussão, qual seja: levar a mente humana – limitada e imperfeita, em sua própria gênese – à apropriação do saber fundamentado na ciência do divino, visando ao conhecimento do próprio Deus.

Em tese, essa proposta parece coincidir com o propósito do Apóstolo, em cujo texto buscamos a identificação de cinco dimensões do amor de Deus:

“Para que Cristo habite pela fé nos vossos corações; a fim de, estando arraigados e fundados em amor, poderdes perfeitamente compreender, com todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade, e conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus. (...) a ele seja a glória, na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre. Amém!” (Ef 3.17-19, 21).
A primeira dimensão está expressa no termo largura (gr. πλατος platos) que, numa perspectiva unidimensional, sugere a grande extensão do amor de Deus em Jesus Cristo. Nessa ótica e tendo como referência a própria finitude do observador, este pode sentir a infinitude do horizonte inatingível, sem perder a consciência da real existência de algo bem mais largo.

A segunda dimensão, o comprimento (gr. μηκος mekos), possibilita uma ação bidimensional do amor de Deus que, também, abrange o oblíquo e o transverso. Numa visão cartesiana, vislumbra-se uma natureza absolutamente diversificada, com infinitos pontos em um mesmo plano (assim como num plano cartesiano não existem pontos com as mesmas cotas, na natureza inexistem seres e pessoas iguais). Todos, porém, estão contempaldos no plano divino.

A terceira, é a altura (gr. υψος hupsos) que, figuradamente, sinaliza 'lugar' e 'céu'; e, metaforicamente, fala de 'posição' e de 'sublimidade'. O amor de Deus tem a propriedade de purificar o impuro, de elevar o pueril e de sublimar tudo o que atinge. Nela completa-se a concepção da tridimensionalidade que regeu o pensamento natural da humanidade, ao longo de quase toda a sua existência.

A quarta dimensão é a profundidade (gr. βαθος bathos), analogia de 'mar profundo' e metáfora das 'coisas profundas de Deus'. O amor de Deus é tão profundo que chega ao mais fundo abismo (ao próprio inferno); tão penetrante que vai ao mais inacessível lugar; e tão intenso que regenera a própria criação, renovando-a ao sopro do seu Espírito.

Por fim, a dimensão eternidade, expressa em “por todas as gerações, para todo o sempre”. O amor de Deus transcende às limitações temporais, como está escrito:

“Assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por veio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade” (Ef 1.4-5); e “Dêem graças a Deus, o Senhor, porque ele é bom; o seu amor dura para sempre (Sl 136.1, NTLH).
Irmãs amadas e irmãos amados, independente da revolução científica promovida pela visão relativista, que levou à substituição do velho espaço tridimensional por um novo conceito de espaço-tempo, com quatro dimensões; ou de que, no final do século XX, tenham surgido novas teorias como a das supercordas e a de supergravidade, postulando algo mais exótico - um Universo com dez ou onze dimensões - nada, absolutamente nada, pode equiparar-se ao amor de Deus que transcende toda a ciência e todo o conhecimento jamais acumulado pela humanidade.

Vamos, portanto, buscar conhecê-Lo e experimentá-Lo, para que sejamos cheios de toda a Sua plenitude.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Inteligência espiritual

Na esteira das discussões seculares sobre a inteligência, mais recentemente estimuladas pelo psicólogos norte-americanos, da Harvard University, Howard Gardner (Inteligências Múltiplas) e Daniel Goleman (Inteligência Emocional), surgem novas teorias e conceitos, a exemplo das inteligências espiritual, existencial e naturalista.

Ao discorrer sobre a inteligência espiritual, Gardner propõe alguns significados para a mesma, como “a preocupação com as questões cósmicas” e “o efeito nos outros”.

Segundo esse autor, o primeiro significado evidencia “relações com experiências e entidades cósmicas difíceis de ser apreendidas, pois não fazem parte de um mundo materializado”, as quais "vão além do que se pode perceber diretamente e incluem os mistérios da nossa própria existência e das experiências que cada um tem com a vida e com a morte”.

No segundo, o realce é para indivíduos que são considerados ‘espirituais’ pelos efeitos que causam em outras pessoas, tanto por suas atividades quanto por sua existência; esses efeitos - segundo o autor - podem ser benignos (como a abnegação de alguns líderes religiosos) ou malignos (com condutas semelhantes às de Nero, Hitler e outras personalidades históricas).

Há amparo para o conceito de inteligência espiritual, nas Sagadas Escrituras. Porém, a qualificação bíblica de indivíduo dotado desse tipo de inteligência exclui aqueles que se alinham com as forças do mal.

Paulo, apóstolo, escrevendo à igreja em Colossos, trata desse aspecto "relacionado ao espírito humano ou alma racional, como a parte do homem que é semelhante a Deus e serve como seu instrumento" (Cl 1.9, à luz do Léxico Hebraico, Aramaico e Grego, de James Strong; SBB, 2002; 2005, S. H8679).

Irmãs amadas e irmãos amados, jamais esqueçamos as afirmativas bíblicas: "apartar-se do mal é a inteligência" (Jó 28.28) e "não há inteligência contra Deus" (Pv 21.30).

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Pastor presidente da AD - Ministério da Plenitude (Sede: Catedral da Plenitude, Natal/RN). Professor do Instituto Federal do RN (Campus: Central, Natal/RN).