"... para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus." (Ef 3.19)

Blog consagrado à divulgação de breves reflexões do pastor presidente da AD - Ministério da Plenitude.
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segunda-feira, 10 de agosto de 2009

As cinco dimensões do amor de Deus

Sempre que li o cap. 3 da Carta aos Efésios, em particular o texto dos versículos 17 a 19, ficou em minha mente racional, afeita à investigação lógica dos fatos e fenômenos, a sensação de estar diante de um pensamento que, mesmo formulado há cerca de 20 séculos, transcende à tridimensionalidade. Esta concepção, aliás, prevaleceu no mundo da ciência até o aparecimento da teoria da relatividade e foi, pacificamente, absorvida pela humanidade - tanto no ensino das salas de aula, como no cotidiano do contato com objetos físicos que estimulam a experiência sensorial do comprimento, largura e altura.

Em princípio, considerando o termo dimensão como sinônimo de medida, tamanho, proporção e grandeza, parece inócua a tentativa de dimensionar algo que tange a infinitude, como o amor de Deus. Isto, porém, fortalece o propósito da presente discussão, qual seja: levar a mente humana – limitada e imperfeita, em sua própria gênese – à apropriação do saber fundamentado na ciência do divino, visando ao conhecimento do próprio Deus.

Em tese, essa proposta parece coincidir com o propósito do Apóstolo, em cujo texto buscamos a identificação de cinco dimensões do amor de Deus:

“Para que Cristo habite pela fé nos vossos corações; a fim de, estando arraigados e fundados em amor, poderdes perfeitamente compreender, com todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade, e conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus. (...) a ele seja a glória, na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre. Amém!” (Ef 3.17-19, 21).
A primeira dimensão está expressa no termo largura (gr. πλατος platos) que, numa perspectiva unidimensional, sugere a grande extensão do amor de Deus em Jesus Cristo. Nessa ótica e tendo como referência a própria finitude do observador, este pode sentir a infinitude do horizonte inatingível, sem perder a consciência da real existência de algo bem mais largo.

A segunda dimensão, o comprimento (gr. μηκος mekos), possibilita uma ação bidimensional do amor de Deus que, também, abrange o oblíquo e o transverso. Numa visão cartesiana, vislumbra-se uma natureza absolutamente diversificada, com infinitos pontos em um mesmo plano (assim como num plano cartesiano não existem pontos com as mesmas cotas, na natureza inexistem seres e pessoas iguais). Todos, porém, estão contempaldos no plano divino.

A terceira, é a altura (gr. υψος hupsos) que, figuradamente, sinaliza 'lugar' e 'céu'; e, metaforicamente, fala de 'posição' e de 'sublimidade'. O amor de Deus tem a propriedade de purificar o impuro, de elevar o pueril e de sublimar tudo o que atinge. Nela completa-se a concepção da tridimensionalidade que regeu o pensamento natural da humanidade, ao longo de quase toda a sua existência.

A quarta dimensão é a profundidade (gr. βαθος bathos), analogia de 'mar profundo' e metáfora das 'coisas profundas de Deus'. O amor de Deus é tão profundo que chega ao mais fundo abismo (ao próprio inferno); tão penetrante que vai ao mais inacessível lugar; e tão intenso que regenera a própria criação, renovando-a ao sopro do seu Espírito.

Por fim, a dimensão eternidade, expressa em “por todas as gerações, para todo o sempre”. O amor de Deus transcende às limitações temporais, como está escrito:

“Assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por veio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade” (Ef 1.4-5); e “Dêem graças a Deus, o Senhor, porque ele é bom; o seu amor dura para sempre (Sl 136.1, NTLH).
Irmãs amadas e irmãos amados, independente da revolução científica promovida pela visão relativista, que levou à substituição do velho espaço tridimensional por um novo conceito de espaço-tempo, com quatro dimensões; ou de que, no final do século XX, tenham surgido novas teorias como a das supercordas e a de supergravidade, postulando algo mais exótico - um Universo com dez ou onze dimensões - nada, absolutamente nada, pode equiparar-se ao amor de Deus que transcende toda a ciência e todo o conhecimento jamais acumulado pela humanidade.

Vamos, portanto, buscar conhecê-Lo e experimentá-Lo, para que sejamos cheios de toda a Sua plenitude.

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Pastor presidente da AD - Ministério da Plenitude (Sede: Catedral da Plenitude, Natal/RN). Professor do Instituto Federal do RN (Campus: Central, Natal/RN).