"... para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus." (Ef 3.19)

Blog consagrado à divulgação de breves reflexões do pastor presidente da AD - Ministério da Plenitude.
A sua visita é bem vinda e o seu comentário, ao final da cada texto, será considerado com prazer.

domingo, 13 de dezembro de 2009

A essência do Natal

"Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o principado está sobre os seus ombros; e o seu nome será Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz." (Is 9.6).

Das predições acerca de Jesus Cristo, esta é uma das que mais falam ao intelecto e enlevam a alma do crente. Nela, o profeta anuncia as características de um menino, maravilha da sabedoria divina, que revelaria os mistérios ocultos do Criador, em especial o plano perfeito da redenção do Homem; traria em si a plenitude da deidade em forma corporal; resgataria o dom da vida eterna na imanência do Pai que ama e que supre todas as reais necessidades dos filhos; e inauguraria um reinado de paz, através da quebra da maldição do pecado e da morte.

Ante tão extraordinária revelação profética, cumprida há quase dois mil anos, resta ao homem do séc. XXI, apenas:

  1. Crer nesse glorioso Advento.
  2. Publicar seu ingresso no Reino.
  3. Apropriar-se dos direitos concedidos pela divina Graça.
  4. E, finalmente, viver a plenitude de Jesus Cristo, na certeza de que "toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança, nem sombra de variação" (Tg 1.17).
"E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a
glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade"
(Jo 1.14).
Irmãs amadas e irmãos amados, essa é a essência do Natal de Jesus!

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Confessando a Jesus diante dos homens

Uma prática bastante comum, notadamente nas igrejas cristãs pentecostais, era fazer-se "apelos" às pessoas presentes aos cultos para que elas confessassem, publicamente, a Jesus Cristo como Salvador pessoal.

Essa postura, com o passar dos anos, foi sendo abandonada pela maioria dos pastores e igrejas, supostamente, em razão de respeitos humanos ou medo de provocar constrangimentos individuais e coletivos – enfim, aquilo que vem sendo grafado como ‘politicamente correto’ na sociedade contemporânea.

Porém, esse ato confessional tem base doutrinária bastante sólida. Confessar (gr. homologeo) a Cristo significa reconhecer o Seu Senhorio; e isso deve ser feito publicamente, ante outras pessoas, até mesmo aqueles que se opõem ao Seu padrão de existência.

Foi o próprio Jesus Cristo quem ensinou essa prática, conforme registro dos Evangelhos:

“Portanto, qualquer que me confessar diante dos homens, eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus” (Mt 10.32).

“E digo-vos que todo aquele que me confessar diante dos homens, também o Filho do Homem o confessará diante dos anjos de Deus” (Lc 12.8).

Paulo e João, duas colunas na base doutrinária da igreja cristã, também enfatizaram essa verdade espiritual:

“... Se, com a tua boca, confessares ao Senhor Jesus e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo.” (Rm 10.9)

“Qualquer que confessar que Jesus é o Filho de Deus, Deus está nele e ele em Deus.” (1Jo 4.15)

Atitudes como essa foram vistas em pessoas que conheceram, conviveram e foram testemunhas pessoas do Senhor:

“No dia seguinte, João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.” (João Batista, cf. Jo 1.29).

“Ele disse: Creio, Senhor. E o adorou.” (O Cego, ante os judeus e fariseus, cf. Jo 9.38).

“Muitos dos que tinham crido vinham, confessando e publicando os seus feitos” (Novos convertidos, em Éfeso, cf. At 19.18).

“Mas confesso-te que, conforme aquele Caminho, a que chamam seita, assim sirvo ao Deus de nossos pais, crendo tudo quanto está escrito na Lei e nos Profetas.” (Paulo, perante o governador Felix, cf. At 24.14).

Não confessar ao Senhor Jesus diante dos homens é o mesmo que nega-Lo; e “qualquer que nega o Filho também não tem o Pai” (1Jo 2.23a). Após essa atitude negativa pode ou não haver uma nova chance da pessoa afirma-lo perante a sociedade.

Pedro e Pilatos, são dois exemplos de pessoas que tiveram a oportunidade de tornar público um compromisso pessoal com Jesus Cristo e o não tiveram a ousadia de faze-lo:

“Então, começou ele a praguejar e a jurar, dizendo: Não conheço esse homem. E imediatamente o galo cantou.” (Pedro, o discípulo, negando o Senhor, por três vezes, cf. Mt 26.74).

“Então, Pilatos, vendo que nada aproveitava, antes o tumulto crescia, tomando água, lavou as mãos diante da multidão, dizendo: Estou inocente do sangue deste justo...” (Pilatos, representante do poder de Roma, abandonando o Senhor à sanha dos Seus acusadores, cf. Mt 27.24).

O primeiro desses – após experimentar sincero arrependimento –, converteu-se de suas atitudes negativas, buscou e encontrou uma nova oportunidade para confessar o Senhor:

“Saiba, pois, com certeza, toda a casa de Israel que a esse Jesus, a quem vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo.” (Pedro, o Apóstolo, perante os habitantes de Jerusalém, após o Pentecostes, cf. At 2.36).
Pedro tornou-se figura emblemática do cristianismo. Quanto ao segundo, Pilatos, a história não pode atestar o mesmo!

Irmãs amadas e irmãos amados, não apenas confessem o Senhor Jesus Cristo em suas vidas: sejam, também, instrumentos para que outros façam o mesmo. Perto está o Senhor!

terça-feira, 1 de setembro de 2009

O relacionamento com Deus através do serviço cristão

Na antiguidade, Deus apresentou as diretrizes do relacionamento que deseja manter com o seu povo, nos termos expressos em Deuteronômio 10.12:

“Agora, pois, ó Israel, que é que o Senhor requer de ti? Não é que temas o Senhor, teu Deus, e andes em todos os seus caminhos, e o ames, e sirvas ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração e de toda a tua alma”. (Dt 10.12)
As mesmas condições postas a Israel foram repostas aos cristãos, com uma ênfase especial na fé e no amor. Quando um cristão vai à Igreja, lê a Bíblia, ora a Deus ou recebe a Ceia do Senhor sem uma devoção sincera, ele faz-se legalista. No cristianismo, a relação perfeita com o Divino decorre da comunhão com Jesus Cristo e sua Igreja; e isto, mediante uma fé sincera nEle e um amor incondicional por Ele, resultando numa religiosidade prática que realça o verdadeiro valor e o real sentido do servir.

“Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.” (Mc 10.45)

Servir ao Senhor é à Igreja é o mais elevado privilégio do cristão, neste mundo! Ao proceder assim, o cristão assemelha-se a Cristo!

Nesse sentido, alguns princípios básicos devem ser observados.

Primeiro, servir ao Senhor exige prontidão!

O cristão deve estar sempre atento e pronto para servir ao Senhor. Como é gratificante quando uma pessoa lembrada e solicitada para um cargo ou função na Obra apresenta-se para servir. Essa pessoa, certamente, crescerá espiritualmente, amadurecerá emocionalmente e prosperará ministerialmente.

O profeta Elias precisava de alguém para o ajudar, achou Eliseu lavrando, chamou-o e ele o seguiu (1Rs 19.19-21).

Jesus necessitou de homens para serem iniciados no apostolado, encontrou Pedro e André, Tiago e João, todos trabalhando; chamou-os e eles o seguiram (Mt 4.18-22).

Paulo e Silas receberam um chamado para a Macedônia, não alegaram dificuldades ou cogitaram impedimentos; procuraram partir de imediato, entendendo que Deus os convocava para anunciarem o Evangelho naquela cidade (At 16.10).

Um incerto discípulo pediu que Jesus deixasse ele ir, primeiramente, sepultar seu pai; a resposta de Jesus foi contundente: “Segue-me, e deixa aos mortos o sepultar os seus próprios mortos.” (Mt 8.21-22).

Paulo deixou-nos ensino e exemplo do quão sacrificial é o serviço cristão (1Ts 2.8-9). Ninguém deve negligenciar o serviço cristão por acúmulo de atividades seculares. Deus não chama desocupados!

Segundo, servir ao Senhor é obediência a uma ordem Divina!

Israel estava no deserto, próximo à terra prometida, Canaã, quando recebeu uma ordem seguida de uma promessa: “Servireis ao Senhor, vosso Deus, e ele abençoará o vosso pão e a vossa água; e tirará do vosso meio as enfermidades.” (Ex 23.25).

O profeta Isaias e o apóstolo Paulo viveram em sintonia perfeita com esta palavra:

“Se quiserdes e me ouvirdes, comereis o melhor desta terra. Mas, se recusardes e fordes rebeldes, sereis devorados à espada; porque a boca do Senhor o disse.” (Is 1.19-20).

“Se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois sobre mim pesa essa obrigação; porque ai de mim se não pregar o evangelho!” (1Co 9.16).

O próprio Jesus foi exemplo de serviço e obediência ao Pai:

“Entretanto, os discípulos teimavam com Jesus para que comesse qualquer coisa. Mas ele respondeu-lhes: Eu tenho uma comida que não conhecem. Os discípulos começaram a dizer entre si: Será que alguém lhe trouxe de comer?” (Jo 4.31-33).

Terceiro, servir ao Senhor é ajudar ao próximo!

A vida é difícil para todos; mas, alguns há que tem mais dificuldades que outros. Aliviar as sobrecargas de outras pessoas é uma forma de serviço cristão. Paulo já dizia: “Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo”. (Gl 6.2).

Esse tipo de serviço também é um testemunho de amor a Cristo. Provavelmente, Tiago tenha falado que a fé sem as obras é morta, exortando quanto à responsabilidade do cristão na prestação do serviço visando ao bem comum: “... aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz nisso está pecando.” (Tg 4.17).

Quem ajuda o próximo, enobrece sua própria vida e valoriza a si mesmo. Disse Jesus:

“E quem der a beber, ainda que seja um copo de água fria, a um destes pequeninos, por ser este meu discípulo, em verdade vos digo que de modo algum perderá o seu galardão.” (Mt 10.42).

Quarto, servir ao Senhor produz alegria e prazer!

Davi reconheceu isto, ao dizer: "agrada-me fazer a tua vontade, ó Deus meu; dentro do meu coração, está a tua lei." (Sl 40.8).

O próprio Jesus ensinou isto: "O ceifeiro recebe desde já a recompensa e entesoura o seu fruto para a vida eterna; e, dessarte, se alegram tanto o semeador como o ceifeiro." (Jo 4.36).

Certa vez Jesus enviou setenta discípulos numa ação extremamente inóspita (Lc 10.3-11). É maravilhoso observar a euforia deles, após o cumprimento da missão que lhes foi dada:

"Então, regressaram os setenta, possuídos de alegria, dizendo: Senhor, os próprios demônios se nos submetem pelo teu nome!" (Lc 10.17).

Os cristãos macedônios, superando suas próprias adversidades, “na medida de suas posses e mesmo acima delas”, apresentarem-se voluntariamente e com enorme alegria pedindo o privilégio de levantar recursos para socorrer os crentes pobres da Judeia (2Co 8.1-5).

Irmãs amadas e irmãos amados, nada é mais prazeroso do que servir ao Senhor. Experimentemos essa vertente tão especial de relacionamento com Deus!

sábado, 22 de agosto de 2009

A Teologia da Prosperidade

Ouvi de um dos novos membros da igreja uma pergunta que tem se tornado cada vez mais frequente, no meio evangélico: “Pastor, o que o senhor acha da teologia da prosperidade?”

Antes de responder a uma pergunta feita nesses termos, costumo dizer, em tom de amenidade, que “raramente eu ‘acho’ alguma coisa; e, quando acho, sempre imagino que alguém perdeu...”
Porém, é razoável supor que a pessoa que faz uma pergunta como essa está interessada em saber, não apenas, a opinião de alguém mais abalizado; mas, também e principalmente, sobre a base bíblica de determinados temas correntes na sociedade.

Entendo, ainda, que em determinados assuntos, opiniões precipitadas podem ser desastrosas para a formação do caráter cristão, especialmente quando tratam-se de neófitos na fé; razão pela qual opto por estimular o interessado a estudar as Escrituras, orientando-o na consulta de uma literatura paralela, de fontes confiáveis, que subsidie a sua investigação.

Para responder, objetiva e sinteticamente, acerca dessa doutrina, algumas informações podem ser compiladas.

A “teologia da prosperidade” pode ser definida como um conjunto de princípios que defendem o direito do cristão exigir de Deus a absoluta felicidade, ainda na vida terrena.

Esse ideário teve início há cerca de meio século, nos EUA, com um pastor pentecostal oriundo de igrejas batista e metodista, por nome Essek Kenyon. É evidente a influência das filosofias metafísicas que levaram Kenyon a proclamar o poder do pensamento positivo.

Posteriormente, um outro pastor e discípulo de Kenyon, por nome Kenneth Hagin, igualmente com passagem por igrejas batista, assembleiana e pentecostal; dizendo ter recebido uma revelação divina sobre Mc 11.23,24, proclamou que tudo pode ser obtido de Deus através da confissão em voz alta, sem nunca duvidar, mesmo que as evidências indiquem o contrário (confissão positiva).

Em tese, a teologia da prosperidade se apoia em três princípios básicos: a autoridade espiritual duma “nova unção”, a libertação da maldição da lei pelo absolutismo de Is 53.4,5 e a “confissão positiva”; tendo como fórmula: diga, faça, receba e divulgue a ‘coisa’ desejada.

Entretanto, a teologia da prosperidade contraria princípios doutrinários basilares do Evangelho de Jesus Cristo, indelevelmente marcado por uma opção preferencial pelos desvalidos e excluídos da sociedade dos homens. Em essência, ela confunde a ‘verdadeira prosperidade’ conferida aos homens de Deus com a ‘falsa prosperidade’ pregada pelos ilusionistas da fé.

Aliás, opiniões bem mais contundentes acerca dessa doutrina têm vindo de alguns proeminentes líderes cristãos evangélicos, a exemplo de pregação recente e fartamente divulgada no YouTube, do Pr. Donnie Swaggart, cujo pensamento se segue:

“Estou cansado que o povo de Deus seja enganado. Nós não precisamos de mais cafetões da prosperidade liderando a igreja no espírito da idolatria! Eu digo: nós não precisamos de mais cafetões da prosperidade conduzindo a igreja no caminho da destruição!”

Irmãs amadas e irmãos amados, a Bíblia ensina o suficientemente claro acerca desse assunto e estabelece alguns princípios que regem a verdadeira prosperidade:

“Orai pela paz de Jerusalém! Prosperarão aqueles que te amam.” (Sl 122.6).

“Guardai, pois, as palavras deste concerto e cumpri-as para que prospereis em tudo quanto fizerdes.” (Dt 29.9).

“Não se aparte da tua boca o livro desta Lei; antes, medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme tudo quanto nele está escrito; porque, então, farás prosperar o teu caminho e, então, prudentemente te conduzirás.” (Js 1.8).

“Por que quebrantais o mandado do Senhor? Pois isso não prosperará.” (Nm 14.41).

“Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mc 6.33).

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

As cinco dimensões do amor de Deus

Sempre que li o cap. 3 da Carta aos Efésios, em particular o texto dos versículos 17 a 19, ficou em minha mente racional, afeita à investigação lógica dos fatos e fenômenos, a sensação de estar diante de um pensamento que, mesmo formulado há cerca de 20 séculos, transcende à tridimensionalidade. Esta concepção, aliás, prevaleceu no mundo da ciência até o aparecimento da teoria da relatividade e foi, pacificamente, absorvida pela humanidade - tanto no ensino das salas de aula, como no cotidiano do contato com objetos físicos que estimulam a experiência sensorial do comprimento, largura e altura.

Em princípio, considerando o termo dimensão como sinônimo de medida, tamanho, proporção e grandeza, parece inócua a tentativa de dimensionar algo que tange a infinitude, como o amor de Deus. Isto, porém, fortalece o propósito da presente discussão, qual seja: levar a mente humana – limitada e imperfeita, em sua própria gênese – à apropriação do saber fundamentado na ciência do divino, visando ao conhecimento do próprio Deus.

Em tese, essa proposta parece coincidir com o propósito do Apóstolo, em cujo texto buscamos a identificação de cinco dimensões do amor de Deus:

“Para que Cristo habite pela fé nos vossos corações; a fim de, estando arraigados e fundados em amor, poderdes perfeitamente compreender, com todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade, e conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus. (...) a ele seja a glória, na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre. Amém!” (Ef 3.17-19, 21).
A primeira dimensão está expressa no termo largura (gr. πλατος platos) que, numa perspectiva unidimensional, sugere a grande extensão do amor de Deus em Jesus Cristo. Nessa ótica e tendo como referência a própria finitude do observador, este pode sentir a infinitude do horizonte inatingível, sem perder a consciência da real existência de algo bem mais largo.

A segunda dimensão, o comprimento (gr. μηκος mekos), possibilita uma ação bidimensional do amor de Deus que, também, abrange o oblíquo e o transverso. Numa visão cartesiana, vislumbra-se uma natureza absolutamente diversificada, com infinitos pontos em um mesmo plano (assim como num plano cartesiano não existem pontos com as mesmas cotas, na natureza inexistem seres e pessoas iguais). Todos, porém, estão contempaldos no plano divino.

A terceira, é a altura (gr. υψος hupsos) que, figuradamente, sinaliza 'lugar' e 'céu'; e, metaforicamente, fala de 'posição' e de 'sublimidade'. O amor de Deus tem a propriedade de purificar o impuro, de elevar o pueril e de sublimar tudo o que atinge. Nela completa-se a concepção da tridimensionalidade que regeu o pensamento natural da humanidade, ao longo de quase toda a sua existência.

A quarta dimensão é a profundidade (gr. βαθος bathos), analogia de 'mar profundo' e metáfora das 'coisas profundas de Deus'. O amor de Deus é tão profundo que chega ao mais fundo abismo (ao próprio inferno); tão penetrante que vai ao mais inacessível lugar; e tão intenso que regenera a própria criação, renovando-a ao sopro do seu Espírito.

Por fim, a dimensão eternidade, expressa em “por todas as gerações, para todo o sempre”. O amor de Deus transcende às limitações temporais, como está escrito:

“Assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por veio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade” (Ef 1.4-5); e “Dêem graças a Deus, o Senhor, porque ele é bom; o seu amor dura para sempre (Sl 136.1, NTLH).
Irmãs amadas e irmãos amados, independente da revolução científica promovida pela visão relativista, que levou à substituição do velho espaço tridimensional por um novo conceito de espaço-tempo, com quatro dimensões; ou de que, no final do século XX, tenham surgido novas teorias como a das supercordas e a de supergravidade, postulando algo mais exótico - um Universo com dez ou onze dimensões - nada, absolutamente nada, pode equiparar-se ao amor de Deus que transcende toda a ciência e todo o conhecimento jamais acumulado pela humanidade.

Vamos, portanto, buscar conhecê-Lo e experimentá-Lo, para que sejamos cheios de toda a Sua plenitude.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Inteligência espiritual

Na esteira das discussões seculares sobre a inteligência, mais recentemente estimuladas pelo psicólogos norte-americanos, da Harvard University, Howard Gardner (Inteligências Múltiplas) e Daniel Goleman (Inteligência Emocional), surgem novas teorias e conceitos, a exemplo das inteligências espiritual, existencial e naturalista.

Ao discorrer sobre a inteligência espiritual, Gardner propõe alguns significados para a mesma, como “a preocupação com as questões cósmicas” e “o efeito nos outros”.

Segundo esse autor, o primeiro significado evidencia “relações com experiências e entidades cósmicas difíceis de ser apreendidas, pois não fazem parte de um mundo materializado”, as quais "vão além do que se pode perceber diretamente e incluem os mistérios da nossa própria existência e das experiências que cada um tem com a vida e com a morte”.

No segundo, o realce é para indivíduos que são considerados ‘espirituais’ pelos efeitos que causam em outras pessoas, tanto por suas atividades quanto por sua existência; esses efeitos - segundo o autor - podem ser benignos (como a abnegação de alguns líderes religiosos) ou malignos (com condutas semelhantes às de Nero, Hitler e outras personalidades históricas).

Há amparo para o conceito de inteligência espiritual, nas Sagadas Escrituras. Porém, a qualificação bíblica de indivíduo dotado desse tipo de inteligência exclui aqueles que se alinham com as forças do mal.

Paulo, apóstolo, escrevendo à igreja em Colossos, trata desse aspecto "relacionado ao espírito humano ou alma racional, como a parte do homem que é semelhante a Deus e serve como seu instrumento" (Cl 1.9, à luz do Léxico Hebraico, Aramaico e Grego, de James Strong; SBB, 2002; 2005, S. H8679).

Irmãs amadas e irmãos amados, jamais esqueçamos as afirmativas bíblicas: "apartar-se do mal é a inteligência" (Jó 28.28) e "não há inteligência contra Deus" (Pv 21.30).

sábado, 1 de agosto de 2009

Deus dólar e dons

Há algum tempo, recebi um e-mail de um pastor brasileiro em atividade nos Estados Unidos, cujo nome devo preservar, por razão puramente ética. Em essência, a mensagem desse companheiro era uma súplica por oração em favor da sua igreja cuja membresia, na prática de vida, reverenciava 'o dólar' como verdadeiro 'deus'.

Mais recentemente, numa leitura despretensiosa de uma publicação cristã, deparei-me com a frase abaixo transcrita, citada como de autoria do Rev. John MacArthur, pastor da igreja norte-americana Grace Community Church of the Valley, da cidade de Panorama, na Califórnia - uma comunidade cristã que atingira a respeitável taxa de crescimento de 500%, numa década de atividade:

“Nenhuma igreja local será o que deveria ser, ou aquilo que Jesus orou que fosse, ou aquela que o Espírito Santo dotou e preparou, enquanto ela não compreender os dons espirituais".

Em meio a uma sociedade na qual pululam pensamentos e práticas predominantemente materialistas, e onde o principal fator de ascensão social é a conquista e a exposição de bens materiais, urge que os cristãos busquem redescubrir o inestimável valor dos talentos espirituais; a menos que não queiram viver o modelo de vida apontado pela Palavra de Deus!

Apesar da propalada 'religiosidade' da gente brasileira e de um aparente interesse pelo 'etéreo' - notadamente, nesse recente período de transição para o terceiro milênio -, o comportamento das nossas igrejas e dos cristãos que a compõem não difere em muito do retrato pintado no e-mail do ministro do evangelho que citei, no primeiro parágrafo.

Irmãs queridas e irmãos queridos, sem menosprezar a importância da riqueza e dos bens materiais para o bem estar geral da sociedade (desde que equitativamente distribuidos!); ainda, há algo bem melhor a ser apropriado por cada cristão contemporâneo: a divina graça dos dons espirituais, instrumento facilitador da descoberta da suprema excelência do amor, no qual se resume a verdadeira religião!

sexta-feira, 24 de julho de 2009

A excelência da gratidão

A ação de graças é uma das mais sublimes atitudes da pessoa humana. A Bíblia é pródiga em apresentar cenários tendo como atores destacadas figuras do seu elenco de mulheres e homens de Deus, estabelecendo um verdadeiro padrão de comportamento dos integrantes do Reino.

Êxodo 15.1, revela o legislador Moisés conduzindo os filhos de Israel à presença do Senhor e dizendo: "Cantarei ao Senhor, porque sumamente se exaltou; lançou no mar o cavalo e o seu cavaleiro".

Rute 1.16-17, apresenta um dos mais belos quadros de gratidão, na pessoa da moabita Rute para com sua sogra Noemi. O texto mostra o cuidado amoroso e o sacrifício dos interesses próprios dessa jovem em benefício de um ascendente familiar, numa inequívoca associação entre o amor devotado e a verdadeira prática religiosa do povo de Deus.

1 Crônicas 16.7, aponta o rei Davi ante o resgate da arca divina, entregando a Asafe um salmo para que o nome do Senhor fosse louvado pelos seus grandes feitos entre os povos; semelhante ao ocorrido quando do lançamento dos alicerces do Templo, em Jerusalém:

"E cantavam a revezes, louvando e celebrando ao SENHOR, porque é bom; porque a sua benignidade dura para sempre sobre Israel" (Esdras 3.11).
Jonas 2.9, mostra o profeta fujão, antes de ser vomitado pelo grande peixe na praia, bradando: "Mas eu te oferecerei sacrifício com a voz do agradecimento; o que votei pagarei; do Senhor vem a salvação".

Lucas apresenta o leproso samaritano aos pés de Jesus, agradecendo-lhe pela cura milagrosa (o mesmo Jesus que, antes de saciar a grande multidão, agradecera pelos cinco pães e dois peixes dados aos seus discípulos):
"E caiu aos seus pés, com o rosto em terra, dando-lhe graças; e este era samaritano. E, respondendo Jesus, disse: Não foram dez os limpos? E onde estão os nove?" (Lc 17.16).
Cada vez menos, homens e mulheres sabem reconhecer o bem recebido de seus semelhantes ou do próprio Deus; e, menos ainda, sabem demonstrar concretamente esse sentimento. Entretanto, a omissão dessa virtude jamais deveria ofuscar o resplendor divino que permeia os verdadeiros cristãos, contrariando o ensino do Mestre e Senhor Jesus Cristo:
“Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus.” (Mt 5.16).

Irmãs amadas e irmãos amados, exemplos como esses relatados nas Sagradas Escrituras devem ser seguidos por todos os homens e mulheres efetivamente adoradores de Deus. Essa é uma atitude positiva do verdadeiro cristão!

sábado, 18 de julho de 2009

Como reconhecer a igreja verdadeira? (parte 1)

Antes de tudo, é conveniente dizer que a igreja verdadeira não pode ser identificada a partir da suntuosidade ou do despojamento de seus templos; da pompa ou da singeleza de sua liturgia; ou, ainda, da terminologia usada em sua denominação ou na razão social.

A igreja verdadeira deve ser reconhecida através da manifestação de alguns sinais externos que reflitam a sua natureza e essência, e que a identifiquem com o seu fundador: Jesus Cristo.

O primeiro desses sinais é a unicidade - qualidade do que é único ou uno, de cujo gênero ou espécie não existe outro.

A igreja de Jesus Cristo é una. Na prática, isto significa que todos aqueles que verdadeiramente pertencem a ela são um só povo; o que se encontra claramente revelado no texto do Apóstolo Paulo aos Efésios, cap. 4, vers. 4 a 6.

"... há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só
esperança da vossa vocação; um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos, e em todos.”

Ao definir a existência desse corpo espiritual único, gerado de uma só fé, nascido de um só batismo e mantido por um só Espírito, o Apóstolo conclama a igreja verdadeira a preservar essa unidade pelo “revestimento do amor, que é vínculo da perfeição” (Cl 3.14), sentimento e prática que regem as mais elevadas ações do homem e que resulta na paz.

O segundo sinal é a santidade - qualidade daquele que é santificado ou estado daquilo que é santo, ou seja, separado dos demais. A igreja de Jesus Cristo é santa, por natureza. Na prática, todo indivíduo verdadeiramente cristão é santo porque está unido a Cristo, separado para Ele e revestido com Sua perfeita justiça, conforme ensina o Apóstolo Pedro:

“Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo
adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para
a sua maravilhosa luz”.
(1Pe 2.9)

Pedro, apesar de hebreu, compreendeu perfeitamente o status da geração eclesiástica, anteriormente não contemplada na Lei; mas, agora, responsável pelo elevado propósito de proclamar as virtudes do Altíssimo a toda a humanidade.

A igreja verdadeira, na conformidade da doutrina paulina, tem sua vida terrena pautada na santificação, cuja conseqüência é a vida eterna na presença de Deus.

“Mas, agora, libertados do pecado e feitos servos de Deus, tendes o vosso
fruto para santificação, e por fim a vida eterna."
(Rm 6.22)

Tratemos agora de um outro sinal - a universalidade - tendo como caráter uma proposição universal que abrange a todos e não admite excepcionalismos no acesso de pessoas ao Reino.

O fundamento expresso em Mateus 28.19 - "ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo" – é o imperativo dessa ’inclusividade’, mediante a qual todo indivíduo tem um lugar assegurado na igreja, independente de atributos pessoais, como: cor, raça, nível social, capacidade intelectual ou antecedentes morais.

João, o evangelista, viu "uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, que estavam diante do trono e perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas nas suas mãos", conforme escrito em Apocalipse 7.9. Isto desautoriza, também, as barreiras segregacionais do denominacionalismo cristão, independente do apegos a correntes históricas, tradicionais, pentecostais ou neopentecostais.

A igreja verdadeira mantém os princípios universais da morte e da ressurreição de Cristo, o qual voltará para todos os que optarem por Ele em vida, na Sua vinda gloriosa!

Irmãs amadas e irmãos amados, se verdadeiramente somos "a igreja do Senhor", também estejamos preparados para esse fenomenal evento!

sábado, 11 de julho de 2009

Como reconhecer a igreja verdadeira? (parte 2)

Além da unicidade, da santidade e da universalidade – já tratados, neste blog – um outro sinal externo pelo qual a igreja verdadeira pode ser reconhecida é a apostolicidade.

O conceito de apostolicidade está associado ao reconhecimento do "fundamento dos apóstolos": Jesus Cristo é a pedra principal da esquina do edifício espiritual chamado "a igreja", conforme citado por Paulo (Ef 2.20) e ilustrado por Pedro (1Pe 2.4).

“Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos Santos e da família de Deus; edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina” (Ef 2.19-20).
“E, chegando-vos para ele, a pedra viva, reprovada, na verdade, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa” (1Pe 2.4)
Essencialmente, essa "pedra viva ... eleita e preciosa" é a base sobre a qual está firmada a igreja verdadeira. Alicerçada nesse fundamento inabalável formou-se a "doutrina dos apóstolos", parte fundamental e indissociável das Santas Escrituras. E a igreja verdadeira não apenas reconhece mas, principalmente, exerce a autoridade e pratica o ensino apostólico, no que confirma sua vocação.

A apostolicidade não é coisa do passado: é atualidade e é futuro: ao vislumbrar "a grande cidade, a santa Jerusalém, que de Deus descia do céu, com a glória de Deus", João identificou em seus muros doze fundamentos e, neles, os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro (Ap 21.10-4).

O quinto sinal externo da igreja verdadeira é a cristocentricidade. Já apregoava o reformador João Calvino: "Onde quer que vejamos a Palavra de Deus pregada e ouvida em toda a sua pureza e os sacramentos ministrados segundo a instituição de Cristo, não há dúvida de que existe uma igreja de Deus".

Indubitavelmente, na igreja cristã, Jesus Cristo é o centro da pregação e o cerne dos sacramentos. Aliás, Ele é a Palavra da vida: o que era desde o princípio, o que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado e as nossas mãos tocaram, segundo expresso em 1Jo 1.1.

Um organismo que tem Jesus como o centro de sua existência real e permanente, redivivo e imanente; foco de emanação da luz que reflete a plenitude da divindade e ilumina a mente humana; sem dúvida é a verdadeira igreja do Senhor!

Finalizando, o sexto e último sinal externo pelo qual a igreja verdadeira pode ser reconhecida é ser missionária. A igreja deve pregar o evangelho e sentir-se responsável pelo bem-estar moral e espiritual dos homens, além de manifestar um verdadeiro interesse pelos socialmente excluídos (os "pobres e necessitados", sob diversos aspectos).

Para manter sua antenticidade, é indispensável que a igreja cumpra a vontade determinativa e imperativa de Jesus Cristo, expressa nas passagens bíblicas de Mc 16.15 ("ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura") e de At 1.8 ("ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra"), entre outras.

Irmãs amadas e irmãos amados: a verdadeira igreja é bem aventurada por fazer chegar o Reino de Deus aos homens (Lc 10.1-10). À margem desse modelo, a igreja será uma figura informe e enegrecida e tornar-se-á uma negativa do Senhor!

sexta-feira, 3 de julho de 2009

O que é "bênção"?

Essa pergunta feita à época de Esdras ou Neemias, a qualquer desses dois homens de Deus, provavelmente teria recebido uma resposta curta e objetiva, do tipo: "bênção é a boa mão de Deus sobre nós". Natural supor isto pois eles foram pródigos no uso de expressões semelhantes em seus livros.

Mas, também podemos dizer: "bênção é ter Deus entre nós" ou "Deus conosco"!

No Antigo Testamento, em geral, a palavra está em conexão com "bem-estar terreno" (a exemplo de: segurança, poder, riqueza e prole numerosa) e está expressamente condicionada a uma irrestrita obediência do beneficiário aos mandamentos de Deus:

"Eis que, hoje, eu ponho diante de vós a bênção e a maldição: a bênção, quando cumprirdes os mandamentos do Senhor, vosso Deus, que hoje vos ordeno; a maldição, se não cumprirdes os mandamentos do Senhor, vosso Deus, mas vos desviardes do caminho que hoje vos ordeno, para seguirdes outros deuses que não conhecestes" (Dt 11.26-28).

Para o "povo terreno de Deus" (a nação Israel) foram prometidas bênçãos terrenas (Gn 49); enquanto para "o povo celestial de Deus" (a Igreja) há uma inequívoca tendência para a concessão de bênçãos celestiais, conforme se depreende dos seguintes textos: At 13.34; Rm 15.29; 1Co 10.16; 2Co 9.5; Gl 3.14; Ef 1.3; Hb 6.7; Hb 12.17; Tg 3.10; 1Pe 3.9.

Entretanto, a mais extraordinária bênção concedida por Deus aos homens (inicialmente, aos judeus; depois, a toda a humanidade) é o "Emanuel" - título aplicado ao Messias, Jesus Cristo!

"Portanto, o mesmo Senhor vos dará um sinal: eis que uma virgem conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel.” (Is 7.14).

"Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuel. (Emanuel traduzido é: Deus conosco)." (Mt 1.23).

Por ser um embaixador de Cristo, Paulo podia dizer: "E bem sei que, ao visitar-vos, irei na plenitude da bênção de Cristo" (Rm 15.29).

Irmãs amadas e irmãos amados, vivamos no Senhor - n'Ele, por Ele e para Ele. Essa é a bênção maior do cristão!

quarta-feira, 1 de julho de 2009

A memória de Deus

Dizer que Deus não esquece é redundância quando considerados, na integralidade, o seu Ser Absoluto; e as peculiaridades de alguns atributos da Sua Personalidade - mui especialmente a Imutabilidade (Deus não muda) e a Onisciência (Deus tudo sabe).

Mesmo que os verdadeiramente crentes considerem desnecessário, é prazeroso e didaticamente produtivo conferir, na própria "Palavra de Deus", algumas citações que confirmam essa verdade.

Que tal iniciar com a palavra profética, transmitida por Isaías (49.14-15): "Mas Sião diz: Já me desamparou o Senhor; o Senhor se esqueceu de mim. Pode uma mulher esquecer-se tanto do filho que cria, que se não compadeça dele, do filho do seu ventre? Mas, ainda que esta se esquecesse, eu, todavia, me não esquecerei de ti."

Para exemplificar como Deus não esquece dos seus filhos ou do seu povo, observe como Ele lembrou: 1) de Noé e o salvou (Gn 8.1); 2) de Abraão e ouviu sua oração (Gn 19.29, 105.42); de Raquel e atendeu ao desejo do seu coração (Gn 30.22); de Ana e lhe deu Samuel (1Sm 1.19); até mesmo do ladrão na cruz Ele não esqueceu (Lc 23.42).

De igual forma, irmã amada e irmão amado, Ele não esquece de você. Creia nisto e ore como orou o Salmista (106.4,5):

"Lembra-te de mim, SENHOR, segundo a tua boa vontade para com o teu povo; visita-me com a tua salvação. Para que eu veja os bens de teus escolhidos, para que eu me alegre com a alegria da tua nação, para que me glorie com a tua herança".

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Um diálogo extraordinário:

Uma só igreja, um só fundamento e um decreto irrevogável.
“E vós, quem dizeis que eu sou? E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue quem to revelou, mas meu Pai, que está nos céus. Pois também eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela." (Mateus, 16.15-18)
Ao declarar ao apóstolo: "tu és Pedro (πετρος Petros > uma rocha ou uma pedra > pedra pequena) e sobre esta pedra (πετρα petra > rocha, penhasco ou cordilheira de pedra > grande pedra) edificarei a minha igreja", Jesus esclareceu que a reveladora confissão que o apóstolo acabara de fazer ante seus condiscípulos (“Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo"), era a base verdadeira de um novo edifício espiritual que se erguia para a eternidade, a saber: a Igreja do Senhor!

Consciente dessa indiscutível realidade, Paulo – o intérprete maior do pensamento doutrinário do cristianismo – reafirmou a existência de uma Igreja edificada "sobre o fundamento de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina; no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor" (Ef 2.19-21). E advertiu, veementemente: "ninguém pode pôr outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo." (1 Co 3.11).

Ao manter a fidelidade a esse princípio fundamental do cristianismo, a Igreja apropria-se do decreto de vitória publicado pelo Senhor: "as portas do inferno não prevalecerão contra ela".

Irmãs amadas e irmãos amados, firmados em Jesus Cristo e integrados à Sua Igreja, mantenhamos a certeza dessa vitória que nos foi assegurada pelo Senhor!

sábado, 27 de junho de 2009

A Providência Divina

Enganam-se os que dizem que o mundo está entregue a sua própria sorte. Deus continua extremamente interessado na vida dos Seus filhos e exercendo cuidadoso controle sobre toda a Sua criação.

A esse cuidado de Deus por seu povo e por sua criação, a doutrina bíblica denomina "providência divina”.

Três aspectos da providência divina devem ser compreendidos por aqueles que creem e amam o Senhor: a preservação, a provisão e o governo de Deus.

O primeiro, diz respeito ao interesse de Deus em manter, pelo seu próprio poder, o elevado padrão de qualidade do mundo que Ele criou. Davi declarou, no Salmo 36, verso 6: “... tu conservas os homens e os animais”; e, no Salmo 104, verso 30: "Envias o teu Espírito... e assim renovas a face da terra".

Jesus Cristo, o Filho do Deus Vivo, aquele que "é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por Ele” (Cl 1.17), também é ativo participante desse processo de conservação da Criação.

O segundo aspecto está diretamente relacionado com a ação divina em suprir as necessidades das suas criaturas. Ao criar o mundo, Deus estabeleceu as estações e proveu alimento aos seres humanos e animais (Gn 1.14, 29, 30); após o Dilúvio, Ele renovou a promessa da provisão, dizendo: “Enquanto durar a terra, não deixará de haver sementeira e ceifa, frio e calor, verão e inverno, dia e noite” (Gn 8.22). Esse poder divino de criação e sustento também está revelado no Livro de Jó, caps. 38 a 41.

No contexto neotestamentário, Jesus assegurou esse cuidado (Mt 6.26-30; 10.29) que abrange, inclusive, as necessidades espirituais (Jo 3.16, 17). Paulo declarou esse cuidado aos crentes em Filipos (Fp 4.19) e João entendeu que Deus quer que tudo vá bem com os cristãos (3Jo 2). Resta aos verdadeiros cristãos apropriar esse cuidado às suas vidas, através do mecanismo da fé perfeita em Deus, regada na leitura da Palavra e nas experiências diárias e pessoais com o Senhor Jesus Cristo.

No terceiro caso, tem-se uma outra manifestação do cuidado de Deus para com o seu povo; pois Deus governa o mundo dos homens. É Ele quem dirige os eventos da história, segundo sua vontade diretiva ou permissiva. E, em certas ocasiões, intervém diretamente segundo o seu propósito. Mas, até consumar-se a História, tem limitado sua ação neste mundo.

A própria Bíblia diz que Satanás, “o deus deste século” (2Co 4.4) exerce poder sobre a presente era maligna (1Jo 5.19; Lc 13.16; Ef 6.12; Hb 2.14). Noutras palavras, parte da humanidade não aceita o poder regente de Deus; mas vive em rebelião contra Ele, escravizada por Satanás.

Irmãs amadas e irmãos amados, essa autolimitação da parte de Deus é apenas temporária; na ocasião já determinada por sua sabedoria, Ele aniquilará Satanás e suas hostes do mal (Ap 19—20). A Ele - e somente a Ele - Poder, Honra e Gloria, para todo o sempre.
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quinta-feira, 25 de junho de 2009

Ouvindo Deus falar

Uma das coisas mais loucas que um homem natural pode ouvir, ao conversa com um crente, é: "o Senhor me disse", "Deus me falou" ou algo semelhante (pasmem: estas são expressões bastante frequentes no vocabulário do povo cristão - principalmente os evangélicos)!

Para o crente verdadeiro, 'ouvir a voz do Senhor' é algo bastante natural. Desde a antiguidade, permanentemente, Deus fala com os seus. A questão é: como dá-se essa comunicação?

A Bíblia Sagrada é, de longe, o mais genuíno de todos os canais de comunicação de Deus com o homem. Não é sem razão que um dos nomes mais apropriados e apreciados da Bíblia é: "A Palavra de Deus"!

Um versículo da Bíblia Sagrada "A Boa Nova em Português Corrente", da Sociedade Bíblica de Portugal, assim expressa: "A palavra de Deus é viva e mais poderosa e cortante do que qualquer espada de dois gumes. Penetra até ao íntimo da pessoa, até à união da alma e do espírito, e até onde os ossos e a medula se juntam. Por isso Deus é capaz de julgar os desejos e os pensamentos do coração humano." (Hebreus, 4.12). Talvez, a busca da compreensão desse texto auxiliasse alguns cépticos na aceitação do fato de que a Bíblia é perfeitamente capaz de satisfazer os anseios de seus adeptos e de orientá-los nas tomadas de decisões, no viver diário (Salmos, 119.105).

A leitura sistemática da Bíblia é um método seguro de comunhão com Deus. Romper com essa prática significa ingressar no humanismo secular (submissão aos valores humanos em detrimento das orientações normativas da Palavra de Deus), que tantos males tem causado às igrejas cristãs e à sociedade contemporânea, tão desiludida com seus próprios valores.

Irmãs amadas e irmãos amados, leiam e meditem na Palavra de Deus, diariamente. Essa prática extremamente salutar, certamente, os levará ao aperfeiçoamento da fé, pelo ouvir a Palavra de Deus!
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terça-feira, 23 de junho de 2009

Vencendo a insegurança e os temores.

É possível a uma pessoa cristã evangélica - dessas fiéis, dedicadas e operosas na Seara do Mestre – experimentar fases da vida marcadas pelo medo, pela insegurança ou pela opressão da mente e espírito?

A resposta é sim! O fato de ser cristão não torna pessoa alguma um super-homem ou uma super-mulher. Essencialmente, o que difere o crente fiel (homem espiritual) das pessoas comuns (homem natural) não é a sua estrutura biopsiclógica, mas os recursos que aquele dispõe e usa no enfrentamento dos embates da vida terrena, aumentando significativamente a possibilidade de um desfecho vitorioso em suas lutas, até mesmo em momentos de grande aflição.

A Bíblia Sagrada, em inúmeros de seus versículos, manifesta a confiança que o homem deve ter em Deus e aponta - como consequência dessa relação de confiança - diversas conquistas do crente, a exemplo de: ter esperança, repousar seguro, não vacilar, ter alegrias, não temer maus rumores, viver em paz consigo próprio e com os seus semelhantes, entre outras.

Em essência, essas bem-aventuranças decorrem de uma relação particular do cristão com Jesus Cristo, que subentende "confiar no Senhor em todo o tempo" (Sl 62.8) "porque o Senhor Deus é uma rocha eterna" (Is 26.4); sabendo-se que "essa confiança vem pelo Senhor (2Co 3.4), pela nossa fé n'Ele” (Ef 3.12), “porque somos participantes d'Ele” (Hb 3.14).

Irmãs amadas e irmãos amados, com base na Palavra de Deus, é possível vencer a insegurança e os temores que tão intensamente afligem o homem contemporâneo, através da experiência da plenitude de Cristo em nosso viver (Ef 3.19b)!
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Pastor presidente da AD - Ministério da Plenitude (Sede: Catedral da Plenitude, Natal/RN). Professor do Instituto Federal do RN (Campus: Central, Natal/RN).