Além da
unicidade, da
santidade e da
universalidade – já tratados, neste blog – um outro sinal externo pelo qual a igreja verdadeira pode ser reconhecida é a
apostolicidade.
O conceito de
apostolicidade está associado ao reconhecimento do
"fundamento dos apóstolos": Jesus Cristo é a pedra principal da esquina do edifício espiritual chamado
"a igreja", conforme citado por Paulo (Ef 2.20) e ilustrado por Pedro (1Pe 2.4).
“Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos Santos e da família de Deus; edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina” (Ef 2.19-20).
“E, chegando-vos para ele, a pedra viva, reprovada, na verdade, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa” (1Pe 2.4)
Essencialmente, essa "pedra viva ... eleita e preciosa" é a base sobre a qual está firmada a igreja verdadeira. Alicerçada nesse fundamento inabalável formou-se a "doutrina dos apóstolos", parte fundamental e indissociável das Santas Escrituras. E a igreja verdadeira não apenas reconhece mas, principalmente, exerce a autoridade e pratica o ensino apostólico, no que confirma sua vocação.
A apostolicidade não é coisa do passado: é atualidade e é futuro: ao vislumbrar
"a grande cidade, a santa Jerusalém, que de Deus descia do céu, com a glória de Deus", João identificou em seus muros doze fundamentos e, neles, os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro (Ap 21.10-4).
O quinto sinal externo da igreja verdadeira é a
cristocentricidade. Já apregoava o reformador João Calvino:
"Onde quer que vejamos a Palavra de Deus pregada e ouvida em toda a sua pureza e os sacramentos ministrados segundo a instituição de Cristo, não há dúvida de que existe uma igreja de Deus".
Indubitavelmente, na igreja cristã,
Jesus Cristo é o centro da pregação e o cerne dos sacramentos. Aliás, Ele é a Palavra da vida: o que era desde o princípio, o que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado e as nossas mãos tocaram, segundo expresso em 1Jo 1.1.
Um organismo que tem Jesus como o centro de sua existência real e permanente, redivivo e imanente; foco de emanação da luz que reflete a plenitude da divindade e ilumina a mente humana; sem dúvida é a verdadeira igreja do Senhor!
Finalizando, o sexto e último sinal externo pelo qual a igreja verdadeira pode ser reconhecida é
ser missionária. A igreja deve pregar o evangelho e sentir-se responsável pelo bem-estar moral e espiritual dos homens, além de manifestar um verdadeiro interesse pelos socialmente excluídos (os "pobres e necessitados", sob diversos aspectos).
Para manter sua antenticidade, é indispensável que a igreja cumpra a vontade determinativa e imperativa de Jesus Cristo, expressa nas passagens bíblicas de Mc 16.15
("ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura") e de At 1.8
("ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra"), entre outras.
Irmãs amadas e irmãos amados: a verdadeira igreja é bem aventurada por fazer chegar o Reino de Deus aos homens (Lc 10.1-10). À margem desse modelo, a igreja será uma figura informe e enegrecida e tornar-se-á uma negativa do Senhor!